Abolição da escravatura?
Publicada em 13/05/2025
Desde a escola, aprendemos que 13 de maio é o dia da Abolição da Escravatura, em referência à assinatura da Lei Áurea, em 1888, pela princesa Isabel. Aprendemos que a Lei libertaria as pessoas em situação de escravidão no Brasil, afinal, lá estava escrito:
“Art. 1.° E’ declarada extincta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brazil.”
O tempo nos mostrou que o resultado prático foi bem diferente. A desigualdade de oportunidades, em suas mais diversas faces, persiste. O racismo persiste!
Mas o que esta data representa, de fato, para o processo de superação da escravidão?
“Quando a princesa Isabel aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, cinquenta e cinco anos antes, um outro 13 de maio já havia marcado a trajetória dos escravos do Brasil na sua luta pela liberdade”, afirma o pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Âé¶¹ÊÓÆµ, Marcos Ferreira de Andrade, em vídeo que detalha a Revolta de Carrancas, disponível no Arquivo Público Mineiro: . Marcos, há mais de duas décadas, investiga o sangrento episódio.
Nesse dia, em 1833, na zona rural de Carrancas (MG), um grupo de escravos iniciou uma ação pela liberdade. As lutas resultaram na morte de nove membros de uma poderosa família de latifundiários do Sul de Minas e de cinco escravos. No processo penal, outros 16 foram enforcados.
Nosso 13 de maio é outro
Esse é o título do evento promovido pelo grupo de pesquisa e extensão Gbalá: Psicanálise do Racismo e Políticas Públicas. Na programação, a participação da comunidade acadêmica e de movimentos sociais de São João del-Rei, como os grupos CUFA, Batalha da Estação e Raízes da Terra. Hoje, 13 de maio, as conversas acontecem no Teatro do Campus Dom Bosco, às 19h.
O evento propõe o debate de pautas fundamentais ao movimento negro em São João del-Rei, reunindo participações importantes na construção desses saberes e na manutenção da memória histórica nacional e regional. Participam também, além do Gbalá, os grupos de pesquisa de extensão NEGAH e Tugu-ná, que discutem vivências e estratégias dentro das questões raciais e de gênero no espaço acadêmico.