Brasil lidera ranking de países que mais matam LGBTQQIAPN
Publicada em 17/05/2025
O Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia acontece anualmente em 17 de maio. A data marca a histórica decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de remover a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, em 1990, e simboliza um avanço crucial na luta pelos direitos humanos e na despatologização das identidades destes grupos, destacando a legalização do casamento igualitário e a remoção de leis discriminatórias.
Em 2024,o número de mortes violentas de pessoas LGBTQQIAPN+ no Brasil cresceu 13,2% quando comparado com os registros do ano anterior. Os dados são do Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina.
Já os registros do Atlas da Violência apontam que a violência contra a população LGBTQQIAPN+ cresceu mais de 1.000% na última década. O maior número de casos são de violência contra os transexuais.
No dia 17 de maio e em todos os outros dias, é necessário que relembremos os desafios enfrentados pelas pessoas LGBTQQIAPN+ em suas lutas diárias contra a discriminação, a violência e a exclusão social. Ao proporcionar visibilidade, o dia estimula a consciência pública sobre a necessidade contínua da criação e implementação de políticas públicas que protejam os direitos de justiça e igualdade, visando a construção de uma sociedade inclusiva, onde todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver com dignidade e respeito.
Âé¶¹ÊÓÆµ contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia
Foi aprovada em novembro de 2024, por unanimidade, pelo Conselho Universitário (Consu), a resolução que visa a implementação de uma Política Âé¶¹ÊÓÆµ de Ação Afirmativa, que prevê a reserva de vagas para pessoas travestis, transexuais, transgêneras, transmasculinas, transfemininas e/ou trans não binárias no ingresso aos cursos de graduação da Universidade Federal de São João del-Rei.
A decisão se deu diante do entendimento dos membros do Conselho, no qual os três segmentos da Comunidade Acadêmica estão representados, da necessidade de incorporar à sociedade valores desses grupos, que de outro modo dificilmente seriam reconhecidos, dadas as suas condições de marginalidade e preconceito. As políticas afirmativas pretendem estimular o ingresso de trans no ensino superior, ajudando a quebrar ciclos de violência e marginalização.
Para o pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proen), professor José Luiz de Oliveira, “essa conquista significa um grande avanço nos direitos humanos, ou seja, a afirmação da necessidade de incluir pessoas que, em condições de meritocracia, estariam fora do processo de educação superior, mas que, em condições de democratização do processo, podem agora entrar na Universidade.”
Dicionário das siglas LGBTQIAPN+:
Ultimamente a sigla mais usada para se referir à comunidade é LGBTQQIAPN+, que contempla boa parte da diversidade de gêneros, identidades e orientações sexuais que compõem o grupo. Entre eles há lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais e não-binários. Para cada letra, há muitas histórias de lutas.
L — Lésbicas: mulheres que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras mulheres
G —Gays: homens que sentem atração sexual e/ou afetiva por outros homens
B — Bissexuais: pessoas que sentem atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero
T — Transgêneros: pessoas que não se identificam com seu gênero biológico e assumem uma identidade diferente da atribuída ao nascer. Nesse grupo estão ainda as travestis, que não se reconhecem no gênero masculino, mas em uma expressão de gênero feminina
Q — Queer: identidades e expressões de gênero e sexualidade que não se encaixam nas normas da heteronormatividade (de heterossexualidade ou binarismo de gênero), como drag queens
I — Intersexo: pessoas nascidas com características biológicas (genitais, hormônios, etc.) que não se enquadram nas definições típicas de sexo masculino ou feminino
A — Assexuais, agênero ou arromânticos: aqueles que não sentem atração sexual por outras pessoas
P — Pansexuais e polissexuais: indivíduos que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas, independentemente do gênero ou identidade de gênero
N — Não-binários: pessoas que não se identificam com nenhum gênero, ou que se identificam com vários gêneros
+ — O "+" representa outras identidades e orientações sexuais não mencionadas na sigla e gêneros fluidos, reconhecendo a vasta diversidade que existe